Sabendo que todas as posturas no yoga devem ser feitas em conforto e com estabilidade, por mais difícil que o asana possa parecer, o praticante deve sentir-se firme e tranquilo ao executá-las.
A posição sentada é a postura de referência para a meditação. Asana é, literalmente traduzido do sânscrito, assento ou postura sentada e é a prática necessária que antecede pranayama e dhyana (meditação), na metodologia yoga que dá suporte à filosofia prática que o sábio Patanjali compilou, há cerca de 2000 anos atrás - o Yoga Sutra.
Patanjali evitou instruções detalhadas sobre a postura sentada necessária para a prática meditativa. Limitou-se a alguns conselhos básicos e directos: simplesmente manter a estabilidade e o conforto (sthira e sukha) ao sentar-se.
No Yoga Clássico de Patanjali, aperfeiçoar o asana – literalmente, “assento” – significa aquietar o corpo o suficiente para voltar a atenção para a mente e os sentidos.
A verdade é que, quando conseguimos sentar confortavelmente, deixamos de sentir o corpo, como se flutuàssemos no infinito. Em expansão. Sem limitações físicas. Sem distrações físicas ou emocionais.
Alguns séculos depois de Patanjali, os textos de Hatha Yoga tinham muito mais a dizer sobre posturas sentadas. Esses textos também ampliaram o significado de “asana” para incluir outras posturas que fortaleciam e abriam o corpo.
O Goraksha Paddhati, um texto do século XII, possui 84 posturas.
O Hatha Yoga Pradipika, escrito em meados do século XIV, oferece 16 posturas – a maioria variações de Padmasana (postura de lótus) ou Siddhasana (postura do adepto).
Padmasana
Siddhasana
O Gheranda Samhita do final do século XVII refere 32 posturas de yoga.
Um texto, o Yoga-Shastra, até menciona 840.000 posturas diferentes, mas apenas descreve Padmasana como adequado para atingir a iluminação.
O assento “perfeito”
Tradicionalmente, Padmasana tem sido considerada a postura meditativa por excelência.
Mas porquê toda esta reverência à postura de Lotus?
De acordo com o mestre de yoga B.K.S. Iyengar, Padmasana é a única postura em que as quatro áreas do corpo estão perfeitamente equilibradas:
pés, pernas e pélvis;
tronco;
braços e mãos;
pescoço, garganta e cabeça.
Quando o corpo atinge o equilíbrio perfeito, diz Iyengar, o cérebro pode descansar correctamente na coluna vertebral e a respiração é fácil. Uma vez que as pernas estejam assentes em Lótus, o tronco pode subir sem esforço e o diafragma é capaz de se expandir melhor.
(Krishnamacharya, mestre de Iyengar, em Padmasana)
Mas sentar no chão não significa forçar-se a Padmasana. É neste sentido que o Sutra "sthira sukham" volta a ser lembrado.
Não importa a postura sentada que escolher, procure apenas um assento estável para poder enraizar e, simultaneamente, ascender, criando uma sensação de firmeza e liberdade.
Agora,
Inspire profundamente
...
Expire completamente
...
E desfrute desta meditação guiada.
Namaste!
Maria João
YPP/2024
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