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Narasimhāvatāra, a quarta encarnação de Vishnu

Atualizado: 13 de jun. de 2023


Depois da encarnação de Vishnu em forma de javali (Varaha), que veio para aniquilar o demónio Hiranyakha, foi a vez de Vishnu assumir a forma de Narasimha (o avatar em forma de homem -(nara) leão (simha) para destruir o demónio Hiranyakashyapu.


Em tempos antigos havia dois demónios chamados Hiranyakha e Hiranyakashyapu que eram irmãos. Por causa de seu crime, Hiranyaksha foi morto, mas o seu irmão, Hiranyakashyapu, tinha sido empoderado pelo deus Brahma que, embora lhe tivesse negado a imortalidade, lhe havia concedido a bênção de uma morte difícil, tal era a devoção deste asura a Brahma.


Hiranyakashyapu colocou uma lista de exigências a Brahma para que não o deixasse ser morto por nenhum ser humano, Deus ou qualquer criatura criada por Brahma, que não o deixasse morrer na água, no solo, ou no inferno, com nenhuma arma, nem de noite nem de dia, dentro de casa ou fora dela, etc., descartando assim todas as causas da morte, procurando atingir a imortalidade desta forma.


Na sequência desta bênção, Hiranyakashyapu começou a considerar-se tão ou mais forte e poderoso quanto os mais poderosos dos deuses e com o seu temperamento diabólico, ofendia e agredia cada vez mais pessoas, perturbando o céu e a terra.


No entanto, Hiranyakashyapu tinha um filho que nada se pareceia com o pai. Prahlad era o seu nome e este era um grande devoto do Senhor Vishnu. Por causa disso, Hiranyakashyapu ficava possesso de raiva contra Prahlad, e, em várias ocasiões, o demónio tentou o seu próprio filho, pois não tolerava que ele venerasse o seu inimigo, o responsável pela morte do seu irmão.


Tentou matar Prahlad atirando-o da montanha, lançando-o no mar, colocando-o por baixo das patas de um elefante, queimando-o numa fogueira, entre muitas outras tentativas. Mas por causa da protecção do seu adorado deus, Prahlad foi salvo todas as vezes.


Irritado com isso, Hiranyakashyapu quis confrontar-se com Vishnu e perguntou a Prahlad onde o seu deus morava. A resposta de Prahlad foi que ele morava em todos os lugares, deixando o demónio furioso e num rasgo de ira, Hiranyakashyapu apontou para uma coluna que sustentava o edifício onde se encontravam e exigiu a Prahlad que pedisse a presença do seu deus naquela coluna de pedra. Depois de anuir à exigência do seu pai, o asura deu um pontapé na coluna e Shri Narasimha surge lá de dentro e mata Hiranyakashyapu, protegendo Prahlad com amor.


O incidente é frequentemente retratado na arte, com Narasimha a aparecer da coluna ou empenhado a abrir a barriga do demónio, com um de seus numerosos pares de mãos, segurando as entranhas de Hiranyakashyapu como uma guirlanda. O aspecto animal é representado por uma cabeleira crespa, dentes curvos e pontiagudos e traços fisionómicos leoninos. O corpo, embora humano, tem pescoço grosso, ombros largos, abdómen e cintura esguios. Também podemos observar imagens de Narasimha sentado, nas quais a face do leão tem uma expressão pacífica.


Ambas as formas de Narasimha podem ser encontradas nos templos na Índia que lhe são dedicados. Para os seus devotos, ele é protector nos momentos de perigo e afasta o medo.


Esta história tem o poder de nos acalmar, de nos fazer aceitar como somos. Pois, se até o divino na forma humana tem os seus aspectos feroz e benigno, é natural que os seres humanos também tenham essa dualidade. O que nos pode fazer especiais é conhecer "o nosso Prahlad", saber o que podemos fazer para nos acalmar, para aquietar o nosso coração.


Ter momentos de agitação e raiva e outros de quietude e tolerância, faz parte da estrutura humana; o que nos faz divinos não é eliminar essa dualidade inevitável, mas ter a capacidade de agir sobre as emoções mais intensas nas devidas proporções (respeitando o dharma), sabendo dominar os extremos e trazer rapidamente o nosso samatvam, o nosso equilíbrio interior.




Simhasana, a postura do leão


Narasimha inspirou a postura do leão no Hatha Yoga. O nome vem das palavras sânscritas simha (सिंह), que significa “leão”, e āsana (आसन), que significa “postura” ou “assento”. A postura também foi chamada de Narasimhasana, do sânscrito नरसिंह Narasimha, o avatar de homem-leão do deus Vishnu.


Simhasana não é uma postura de alongamento activo. Ainda assim, é muito benéfica para a pélvis, costas, tornozelos, coluna e rosto, pois ajuda a aumentar a circulação sanguínea nessas áreas devido à leve flexão durante a prática da postura do Leão.


Alguns dos benefícios de Simhasana:

  • Alivia a tensão nos músculos faciais.

  • Estimula a hipófise e a tireoide.

  • Combate o mau hálito.

  • Ajuda a prevenir a asma.

  • Melhora o fluxo de prana.

  • Melhora a capacidade respiratória.

  • Estimula o músculo platisma.

  • Alivia o stress e a tensão do rosto.

  • Tonifica os músculos do pescoço e alivia a dor de garganta.

  • Aumenta a circulação sanguínea e acalma o sistema nervoso.

  • Ajuda a ativar o chakra manipura, coronário e laríngeo.



Variações de Simhasana a considerar

Dependendo de habilidade física, podemos praticar qualquer uma das seguintes variações:


1. Simhasana I (Postura de execução fácil) - Comece sentando-se sobre os pés com os joelhos unidos. Coloque as palmas das mãos bem abertas sobre os joelhos, inclinando ligeiramente o tronco para a frente. Inspire fixando o olhar no chakra do 3º olho e expire pela boca com a língua toda de fora, mantendo o olhar em Ajna Chakra, e soltando um som ao expirar que recorda o rugir do leão. Repita esta respiração ruidosa 5 a 10 vezes.


2. Simhasana II (Postura de execução intermédia com mãos invertidas) - Sente em cima dos pés com os joelhos bem afastados. Apoie as mãos no chão, entre os joelhas, com os dedos virados para trás, para a pélvis, para aumentar a agilidade em seus braços, cotovelos e pulsos. Inspire fixando o olhar no chakra do 3º olho e expire pela boca com a língua toda de fora, mantendo o olhar em Ajna Chakra, e soltando um som ao expirar que recorda o rugir do leão. Repita esta respiração ruidosa 5 a 10 vezes.


3. Simhasana III (Postura de execução avançada, com as pernas em padmasana) - Sente em Padmasana e levante-se com os joelhos apoiados no chão para, de seguida, deitar de barriga. Com as mãos no chão ao lado do peito, empurre o chão até alongar os braços. Inspire fixando o olhar no chakra do 3º olho e expire pela boca com a língua toda de fora, mantendo o olhar em Ajna Chakra, e soltando um som ao expirar que recorda o rugir do leão. Repita esta respiração ruidosa 5 a 10 vezes.


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