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Foto do escritorYoga PuroPrana

Integração do Ego

Atualizado: 17 de fev. de 2021

O Ego, o nosso Eu inferior, é a estrutura que caracteriza a 3ª dimensão e tem sido a frequência energética que mais se tem manifestado na Terra nos últimos milénios! O Ego não é "bom" nem "mau", apenas cumpre uma função: ajudar-nos a fazer escolhas. É através dele que criamos a nossa identidade enquanto indivíduos e é através dele que podemos ser quem somos na sociedade.


Como mecanismo de auto-protecção e projecção, é altamente eficaz! O ego é esta noção de eu que me estabelece como um indivíduo. A ele se atribui um nome, características físicas, emocionais e sociais, através das quais eu me consigo reconhecer. Sem ele, confundir-nos-íamos com o outro e a nossa noção de realidade estaria comprometida. Portanto, a ideia de dissolver ou destruir o ego não é nada saudável.


Ao ego se atribuem diversas características. Mas, atenção, essas características são qualidades do ego, e não do Eu. É verdade que diversas vezes nos vemos fortemente apegados a estes atributos e fazemos todo o esforço possível para não os perder. O Eu é sempre livre, imutável e nada faz. Portanto não se relaciona com o resultado das acções. O ego é quem faz. Por isso em sânscrito é chamado de ahaṅkāra, ou, o eu que faz. Este sim, por agir, lida com os resultados de suas próprias acções.


Aqui a disciplina do Yoga mostra-se uma ferramenta valiosa, pois é através do auto-estudo que começamos a discernir quem somos e quem pensamos ser. Através desta disciplina compreendo quem sou Eu e quem é o ego. O olhar para o interior sem julgamentos, ou melhor, desidentificando-me com os julgamentos inevitáveis de uma mente egóica (pois o julgamento é uma faculdade do ego) faz expandir a nossa consciência e a percepção do Si (Self, Eu).


"Uma criança nasce sem qualquer consciência de seu próprio eu. A primeira coisa da qual ela se torna consciente não é dela mesma, mas do outro. Isso é natural, porque todos os sentidos se abrem para fora. O nascimento é isso. Ela primeiro se torna consciente da mãe. Então, pouco a pouco, contrastando com "o outro" ela torna-se consciente de si mesma. Não é uma consciência reflectida. Ela não está consciente de quem ela é. Ela está simplesmente consciente da mãe e do que esta pensa a seu respeito. Se a mãe sorri, se lhe fala com ternura e diz: “És tão bonita”, se a ela abraça e beija, a criança sente-se bem a respeito de si mesma. E assim nasce um ego! Através da apreciação, do amor, do cuidado, ela sente que é boa, ela sente que tem valor, ela sente que tem importância. Um centro está a nascer. Mas esse centro é um centro reflectido. Ela não é o ser verdadeiro. A criança não sabe quem ela é; ela simplesmente sabe o que os outros pensam a seu respeito.

E este é o ego: o reflexo, aquilo que os outros pensam. Se ninguém pensa que a criança tem alguma utilidade, se ninguém a aprecia, se ninguém lhe sorri, então, também nasce um ego – um ego doente, triste, rejeitado, como uma ferida; sentindo-se inferior, sem valor. Isso também é o ego. Isso também é um reflexo. E quanto mais o mundo cresce, mais complexo o ego se torna, porque muitas opiniões dos outros são reflectidas. O ego é um fenómeno cumulativo, um subproduto do viver com os outros."

Osho, extraído do livro “Além das Fronteiras da Mente”.


O ego é uma necessidade social e a sociedade é tudo aquilo que nos rodeia. Tudo, excepto eu próprio. E todos reflectem. Os outros reflectem quem nós somos. Aos outros, interessa que nos tornemos uma peça eficiente no mecanismo da sociedade, pelo que deveríamos ajustar-nos ao padrão. É conveniente possuirmos um ego que se ajuste à sociedade. E por isso nos ensinam a moralidade, para que nos possamos ajustar. A sociedade cria um ego porque ele pode ser controlado e manipulado. E a criança, que está absolutamente inconsciente de seu próprio centro, aos poucos, fica convencida de que o seu centro é o ego construído socialmente. Mas esse centro é falso! Por estarmos viciados no centro, somos incapazes de olhar para o Eu, o nosso verdadeiro centro.



Precisamos ser ousados e corajosos. Precisamos dar um passo para o desconhecido, sair da zona de conforto, onde todos os limites ficam perdidos, onde nos sentimos amedrontados, abalados, atordoados.


Precisamos ter coragem, fechar os olhos e olhar para dentro. Perceber que a origem de toda a infelicidade, raiva, angústia, está oculta dentro de nós; é o nosso ego.


Precisamos manter conscientes os pensamentos, emoções e comportamentos. Só assim seremos capazes de encontrar esse centro oculto dentro de nós, que carregamos por muitas vidas.


Só assim poderemos vislumbrar o nosso verdadeiro Eu, que é a alma, a essência de quem somos.


Só assim, poderemos ver nascer uma nova ordem, um novo paradigma, onde tudo se torna cosmos e não caos. Mas esta não será a ordem da sociedade, mas sim a ordem da própria existência.

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