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Foto do escritorYoga PuroPrana

Equilíbrio na dualidade

Se tivesse que escolher uma palavra que simbolizasse a minha existência nesta vida terrena seria EQUILÍBRIO.



Equilibrar as forças opostas é o desafio que a dualidade nos lança. Numa sociedade que nos impõe escolhas entre um extremo e o outro (racional vs emocional, bem vs mal, certo vs errado, masculino vs feminino, ser vs parecer, felicidade vs tristeza, ...) pode fazer com que sintamos a separação como algo normal. Acreditamos que é contraditório, até impossível, sentir amor e ódio pela mesma pessoa, ser vulnerável e forte ao mesmo tempo, ter razão e emoção por determinado assunto.


Esquecemos que a separação, a dualidade, a contradição, é uma condição existencial, é uma realidade tridimensional. Mas é, também, uma bênção Divina que nos pode ajudar a encontrar o caminho do meio, a tomar consciência que a impermanência e a incerteza são constantes, a perceber que os opostos não se contradizem, mas que se completam e dependem um do outro. Que um não se quer impor sobre o outro, quer sim existir em equilíbrio com ele.


O caminho da virtude, na terminologia Taoísta, consiste em não alterar as mudanças inevitáveis da realidade humana, nem a Natureza, nem a própria vida. A não acção, ou a equanimidade, permite que a coisas fluam e se desenvolvam como devem.


A harmonia consiste em manter em equilíbrio a dualidade expressa nos opostos, pois quando escolhemos um dos extremos ou negamos o princípio da dualidade da existência, dificilmente encontramos o caminho de volta a casa! Só quando aprendemos/integramos o desprendimento da aceitação, do "deixar fluir", é que podemos vislumbrar o equilíbrio e harmonia interna.


As forças opostas devem-se unificar em harmonia para favorecer o movimento, a mudança, a evolução, a expansão, caso contrário a nossa visão pessoal limitar-nos-á a ver sempre tudo o que nos rodeia em termos absolutos e dicotómicos.


A prática de yoga, em geral, e das posturas de equilíbrio, em particular, ajuda-nos a ter uma perspectiva mais holística desta realidade dual, percebendo-a como uma continuidade e não como uma jogo de forças. O oposto é complementado e flui para dar dinamismo e significado à vida!


Nós próprios somos este mundo complexo, onde características, qualidades e capacidades constituem uma diversidade imensamente rica e, muitas vezes, contraditória. Mas a sociedade, a educação, o contexto e até nós próprios, optamos por escolher a parte a ocultar, negar e rejeitar, relegando-a à sombra, à escuridão, sem nos dar-mos conta que aquilo que escondemos e que não queremos assumir, gera sofrimento.


"Conhecer ambos os lados da nossa alma ajuda-nos a avançar na vida e a entender que a perfeição não existe." - Martin R. Lemieux


Então, acolhe a tua sombra, mergulha na tua escuridão, para que possas equilibrar os pratos da balança da tua alma, pois é nesse momento que impulsionarás a tua mudança, transformação e crescimento. A harmonia pessoal parte da nossa própria capacidade de manter o equilíbrio entre as forças opostas que habitam em nós!


Agora reflecte: que forças precisas equilibrar em ti?


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