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Foto do escritorYoga PuroPrana

Buddhāvatāra, a nona encarnação de Vishnu

Atualizado: 18 de jul. de 2023


Siddhartha Gautama, mais referido como Buddha ou Buda ("o desperto" ou "o iluminado"), foi um asceta e professor religioso que viveu no sul da Ásia durante o século 6 ou 5 aC e que deu origem à religião budista.


O nome do seu clã era Gautama, o "descendente de Gotama", "Gotama" significa "aquele que tem mais luz", e vem do facto de que os clãs Kshatriya adoptaram os nomes dos seus sacerdotes domésticos. O nome de baptismo, Siddhārtha, significa "aquele que alcança o seu objectivo".


No entanto, os estudiosos hesitam em fazer afirmações sobre os factos históricos da vida de Buda. A identidade do próprio Buda, enquanto avatar de Vishnu, é controversa! A maioria deles aceita que Buda viveu, ensinou e fundou uma ordem monástica, o Budismo.


O Buda histórico (sânscrito: बुद्ध, lit. ''o iluminado'') ou Gautama Buddha, é, de acordo com a tradição budista, o Buddha Shakyamuni (Muni - santo; Shakya - clã da região nordeste do subcontinente indiano, uma etnia sub-Himalaia) que pertencia a este clã. Os Shakyas foram amplamente considerados não-védicos (e, portanto, impuros) nos textos bramanes. Tinham práticas religiosas não védicas, que ainda hoje persistem no budismo, como a veneração de árvores e bosques sagrados e a adoração de espíritos de árvores (yakkhas) e seres serpentes (nagas).


Segundo a tradição Vaishnava do hinduísmo (adoradores de Vishnu), Gautama Buda, é considerado o nono avatar entre os dez principais avatares do deus Vishnu, embora outros hindus rejeitem a identificação de Gautama Buda como um avatar de Vishnu, identificando os dois como indivíduos diferentes (Buddha, o fundador do budismo e Buddha, o avatar de Vishnu). Na perspectiva Vaishnava, conforme descrito nos textos clássicos, em especial no Vishnu Purana e outros Puranas, o Senhor Vishnu veio como avatara de Buddha, para enganar e iludir os demónios (asuras) com os seus ensinamentos, ao invés de os combater, como acontecera com avatares anteriores, fazendo com que estes abandonassem o caminho estabelecido pelos Vedas e se convertessem ao budismo, fazendo com que ficassem desprovidos de dharma, enfraquecendo-os e derrotando-os.


Mas assim como Buddha foi adoptado pelo hinduísmo, também o budismo adopta figuras mitológicas e religiosas hindus. Por exemplo, lendas narradas em textos budistas, os contos de Jataka, afirmam que Krishna (avatar de Vishnu) era uma personagem que Buda conheceu e a quem ensinou, nas suas anteriores encarnações. No entanto, os budistas tradicionalmente não aceitam o Buda como um avatar de Vishnu. Já no hinduísmo contemporâneo, o Buda é reverenciado pelos hindus que geralmente consideram "o budismo como outra forma de hinduísmo".


Em todo o caso, não há dúvidas quanto à importância do surgimento de Buda, quer para o budismo, como para o hinduísmo, pois ambas as religiões começavam a consolidar os seus fundamentos espirituais e religiosos. Numa altura em que os rituais védicos começavam a ser deturpados pela ignorância humana, que levava ao extremo as práticas devocionais, dedicando-se a uma extensa matança de animais, às vezes até mesmo sacrificando seres humanos durante o culto aos semideuses, o Supremo Senhor desceu na forma de Buda e exteriormente rejeitou os ensinamentos dos Vedas para o bem-estar dos seres humanos, incapazes de compreender os verdadeiros ensinamentos dos Vedas.



Iconografia

O Agni Purana descreve como a figura de Buda deve ser representada:

A figura de Buda (deve ser feita) como calma, com orelhas compridas, tez branca, vestindo um pano e sentado em um lótus com suas pétalas para cima e conferindo favor e proteção.

— Agni Purana, Capítulo 49, Verso 8



Buddha é a forma masculina de budh (बुध्), que em sânscrito significa "acordar, estar acordado, observar, prestar atenção, atender, aprender, tornar-se consciente de, saber, estar consciente novamente", "despertar", "abrir-se", "aquele que despertou do sono profundo da ignorância e abriu a sua consciência para abranger todos os objectos de conhecimento." Não é um nome pessoal, mas um título para aqueles que atingiram bodhi (despertar, iluminação). Buddhi, o poder de "formar e reter conceitos, raciocinar, discernir, julgar, compreender, compreender" é a faculdade que discerne a verdade (satya) da falsidade.



A vida de Buddha

Contam as escrituras que, 12 anos antes de ter nascido, os Brahmanes professaram que Buddha viria como um grande sábio ou um grandioso rei. No entanto, para o proteger e impedir de levar uma pobre vida asceta, o seu pai manteve-o cativo no interior do palácio, onde cresceu rodeado de luxos, entretenimentos e


artes de guerra, instruído por sacerdotes brahmanes. Quando chegou à idade, casou com Gopa, da qual nasceu um filho.


Gautama tinha tudo para ser feliz, no entanto ele sentia que não era suficiente. Certo dia, passeando de charrete nas ruas de Kapilavastu, ele encontrou três homens miseráveis: um doente, um velho e um morto. Aquela cena marcou-o profundamente; nunca se tinha deparado com tanto sofrimento! Quando regressava para o palácio, encontrou um sábio no caminho que carregava apenas as suas vestes e um pote, despojado de qualquer outra posse.


Durante muitos dias, Gautama andou inquieto, deambulando pelo palácio, até que decidiu abandonar a sua vida de riquezas e facilidades, em busca da solução ao problema do sofrimento humano. Na orla da floresta, cortou o cabelo comprido com uma espada e trocou as sua roupas finíssimas por um simples pano, com o qual se passaria a cobrir.


Tal como ele, outros homens se tornaram (e ainda tornam!) estudiosos e praticantes de rituais ascéticos, renunciando à sociedade estabelecida para encontrar a libertação da alma. Gautama deparou-se com uma variedade de professores (guru) e métodos, e investigou muitos deles: ateístas, materialistas, idealistas, etc., até que, finalmente, encontrou dois gurus aos quais se rendeu e de quem absorveu conhecimentos.


Com Arada Kalama ele aprendeu como disciplinar a mente para aceder ao vazio e ao silêncio interior. Com Udraka Ramaputra aprendeu como concentrar a mente, num estado alterado de consciência. Durante 6 anos, entregou-se completamente à prática de austeridades e concentração, alimentando-se de parcos grãos de arroz, de tal modo que ficou apenas em carne e osso. Foi quando decidiu abandonar a vida ascéptica e voltar para a civilização, em busca do que comer.


Quando conseguiu recuperar as forças, Siddhartha lavou-se no rio e depois sentou-se de baixo de uma árvore Bodhi, em meditação. Permaneceu imóvel, firme e determinado, como uma montanha até que, passados 6 dias, ao nascer do sol, quando abre os seus olhos, atinge a iluminação (nirvana), encontrando, finalmente, a resposta à sua busca interior. Agora sabia que não havia nada para procurar, nada para obter, já nem era mais necessário lutar para o alcançar!


Durante sete semanas, contemplou e regozijou-se com a pureza e leveza da libertação que advém da Realização Suprema. Manteve para si esta descoberta, pois imaginava que seria difícil para a maioria das pessoas entendê-lo. Mas, conta a lenda, que o próprio Senhor Brahma, o Criador, lhe pediu que difundisse os ensinamentos obtidos com a sua realização.





As quatro verdades de Buddha

  • Toda a existência implica sofrimento.

  • O sofrimento é causado pelo apego do ego.

  • A cessação do sofrimento é possível.

  • O caminho para a cessação do sofrimento é o Oitavo Caminho.


Nobre Caminho Óctuplo

  • Compreensão correcta

  • Pensamento correcto

  • Discurso correcto

  • Acção correcta

  • Meio de vida correcto

  • Esforço certo

  • Cautela certa

  • Concentração correcta


Durante 49 anos, Buda percorreu muitos quilómetros, passando por inúmeras povoações indianas, espalhando os seus ensinamentos ao Homem comum, utilizando uma linguagem acessível para que fosse possível todos entenderem a sua mensagem, ensinando aos aldeãos a prática de mindfulness, enquanto viam água a cair de uma cascata.


Certo dia, uma mãe aflita veio ao seu encontro pedindo-lhe que ressuscitasse o seu bebé morto. Ao invés de praticar o milagre, Buda pediu à mulher que encontrasse uma semente de mostarda em casa de alguém, onde nunca tivesse havido uma morte. Ela regressou sem uma única semente, mas com a consciência de que a morte é inevitável e universal.


À medida que a fama de Buda crescia, reis e outros abastados doavam jardins e parques para retiros de meditação. Buda aceitou, mas continuou a sua vida de sábio peregrino, pedindo comida e passando os seus dias em meditação, interrompendo estas práticas apenas para palestrar e transmitir os seus ensinamentos a quem se juntava a ele, ávido para o ouvir.


Buda morre aos 80 anos, na cidade de Kushinagara, deixando muitos dos seus seguidores, monges e outros devotos, abatidos com a sua partida. Mas Buda, no seu leito de morte, deitado sobre o seu lado direito com a cabeça apoiada sobre a mão, recordou-lhes que tudo é impermanente e aconselhou-os a refugiarem-se em si mesmos e nos ensinamentos dhármicos.



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